O Impacto das Redes Sociais na Saúde Mental: Reflexões e Cuidados Necessários
4/29/20252 min read


Vivemos em uma era marcada pela conectividade constante. As redes sociais tornaram-se parte integrante do cotidiano da maioria das pessoas, oferecendo acesso instantâneo à informação, entretenimento e interação com o outro. No entanto, ao mesmo tempo em que proporcionam benefícios inegáveis, essas plataformas digitais também têm levantado importantes questões sobre seus impactos na saúde mental.
A comparação constante, a busca por validação externa e o consumo excessivo de imagens idealizadas da vida alheia podem contribuir para o surgimento ou agravamento de sintomas como ansiedade, baixa autoestima, depressão e sensação de inadequação. A dinâmica das redes sociais muitas vezes incentiva a construção de uma “identidade virtual”, que nem sempre corresponde à realidade vivida fora das telas, gerando um descompasso entre o que se é e o que se deseja aparentar ser.
A psicologia contemporânea tem voltado seu olhar para os efeitos subjetivos desse fenômeno. Estudos apontam que o uso excessivo de redes sociais pode interferir na qualidade do sono, no desempenho profissional ou acadêmico, nas relações presenciais e até mesmo na percepção de valor próprio. A constante exposição a conteúdos cuidadosamente filtrados pode alimentar a crença de que os outros vivem de forma mais feliz, produtiva ou bem-sucedida, ignorando que, assim como nós, todos enfrentam dificuldades invisíveis ao olhar público.
É importante reconhecer que as redes sociais, por si só, não são vilãs. O problema surge quando seu uso se torna compulsivo, passivo ou substitui o contato humano real. O equilíbrio é essencial. Quando utilizadas com consciência e moderação, essas plataformas podem ser fontes de aprendizado, apoio emocional e pertencimento — sobretudo quando conectam pessoas com interesses comuns ou causas significativas.
A psicoterapia surge, nesse cenário, como um espaço fundamental para reflexão e autoconhecimento. Por meio dela, é possível compreender os gatilhos emocionais relacionados ao uso das redes, ressignificar a relação com a autoimagem e desenvolver uma postura mais crítica e saudável diante do conteúdo consumido. O processo terapêutico ajuda o indivíduo a fortalecer sua identidade real, cultivando autoestima baseada em valores autênticos e não apenas em números de curtidas ou seguidores.
Outro aspecto importante é a criação de hábitos digitais mais saudáveis. Estabelecer limites de tempo, silenciar conteúdos que causam desconforto, buscar fontes confiáveis e investir em conexões reais são atitudes que favorecem a saúde emocional. O cultivo da presença no aqui e agora — algo tão valorizado em abordagens como a terapia cognitivo-comportamental e a prática da atenção plena (mindfulness) — também pode ser um antídoto eficaz contra o automatismo com que muitas vezes acessamos o mundo virtual.
É essencial que cada pessoa desenvolva um olhar mais compassivo sobre si mesma. Nem tudo precisa ser mostrado. Nem toda aprovação precisa vir do outro. O valor de alguém não se mede por métricas digitais, mas sim pela capacidade de viver de forma coerente com seus próprios sentimentos, limites e propósitos.
Cuidar da saúde mental em tempos digitais é, portanto, um ato de autoconsciência e responsabilidade. Ao observar como nos sentimos após navegar pelas redes, ao escolher o que seguimos e como interagimos, damos passos importantes rumo a uma vivência mais plena e equilibrada — tanto online quanto fora das telas.
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